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Com milhares de aplicativos à disposição, seja para pagar boletos, seja para alugar um carro, e até mesmo para pedir comida delivery, fica difícil não se acostumar com a praticidade que essas invenções proporcionam. No campo afetivo isso não seria diferente, com apps de namoro sendo os de maior sucesso no mundo.

 

Pode parecer um dispositivo superficial, com pessoas atrás de aventuras corriqueiras, mas buscar um relacionamento on-line pode, inclusive, dar em casamento. Entretanto, existem armadilhas que devem ser levadas em consideração. Você pode estar saindo com um homem casado e não saber.

 

Além disso, pode ser vítima de ghosting, prática cada vez mais comum, em que a pessoa com quem se está relacionando some de repente, de forma inesperada, sem dar ao outro a chance de entender o que aconteceu e elaborar o término, causando danos profundos em seu psicológico. 

 

Traumas causados pelo ghosting podem durar toda uma vida

 

São diversos os sentimentos ruins causados por quem passa por essa experiência. Rejeição e abandono são os principais deles. A pessoa acaba sentindo que não tem valor algum, muitas vezes até fica com sentimento de culpa, acreditando que foi ela a causadora do sumiço do outro.

 

Também é importante ressaltar que a autoestima da pessoa fica seriamente comprometida uma vez que vai sempre acreditar ter alguma coisa de errado consigo já que não pôde fazer o luto normal de um final de relação, com diálogos mais aprofundados. A pessoa simplesmente é banida sem direito a nenhum tipo de resposta ou satisfação.

 

As marcas podem ser tão profundas que a pessoa deixa de se sentir confiante nas próximas relações, tendo dificuldade de estar tranquila com o novo parceiro e se entregar por completo. A ideia fixa que pode perdurar é “quando o atual vai se comportar como o ex? Quando vai chegar o momento em que ele também vai sumir?”.

 

Depressão, síndrome do pânico e fobias ao conhecer um novo pretendente podem surgir a partir de uma experiência de sumiço repentino. Pode-se dizer que os afetos são parecidos como quando alguém se suicida. Não existe uma explicação, apenas uma falta de entendimento sobre a situação.

 

Importante dizer que, em momentos de carência, todos estamos mais suscetíveis a nos deixar levar por uma relação que não está em equilíbrio, mesmo quando o outro está dando sinais em potencial de que pode praticar ghosting.

 

 

Como identificar e se proteger

 

Os sinais de que você pode estar falando com um “ghoster” em potencial podem não ser tão claros, mas é importante ficar alerta para algumas indicações.

Vale se atentar para o fato de que a escrita esconde uma série de detalhes. É impossível saber com exatidão o que a outra pessoa está falando de verdade. Existe uma diferença gigante entre o que se escreve e o que se quer comunicar verdadeiramente.

Portanto, vale a pena optar sempre por diálogos por dispositivos de voz. Na voz, as intenções reais tendem a aparecer nas entonações e registros vocais diversos, diferentemente das mensagens de texto e emojis. Uma vez percebida alguma coisa na voz que não se encaixa muito bem com o que ele quis passar como mensagem, vale ficar com o pé atrás.

Os não-ditos também são bastante importantes para sinalizar algo que não vai tão bem ou, pelo menos, não como imaginava. Se você faz um convite para saírem juntos e tem sempre algo que impeça, mesmo que a outra parte não seja clara, vale pensar duas vezes sobre a relação e pisar no freio.

A presença significa fala e não escrita. O contato presencial com alguém permite ler o outro de uma forma mais fiel ao que se quer dizer.

De acordo com a psicanalista Patrícia dos Santhos Quirino, chega-se a um ponto que “o mais importante do relacionamento que é a presença, é o abraço, é o beijo, é o contato” e acrescenta que há momentos que por se estar presencialmente, ao lado do outro, não se sabe mais o que falar porque só se comunica escrevendo atrás de um aplicativo. 

 

Feridas ainda abertas

 

Para a comunicadora Aline Gomes, 41, a paixão se deu de forma imediata, já nos primeiros encontros. Ela conheceu Flávio (nome fictício), até então, amor da sua vida em um quiosque, na virada do ano de 2019, em Copacabana.

 

Ele, piloto de avião alemão, com rota semanal para o Rio de Janeiro, solteiro, sem filhos, viajado e cheio de boas histórias. Não demorou muito a estarem fazendo planos românticos e viagens mundo afora.

 

Não deu outra! Estiveram juntos em São Paulo, Brasília e até Buenos Aires, em uma eterna lua de mel. Tudo inacreditavelmente perfeito. O mais diferente da história é que não se tratou de um “match” virtual que virou presencial, mas exatamente o contrário.

 

Ela, no Rio e ele, na Alemanha. As rotinas seguiram normalmente, sendo que agora com dezenas de mensagens, imagens de onde estavam, do que estavam comendo, vídeos fofos de casal e, claro, nudes.

 

Com a sensação de que estavam em um relacionamento sério e robusto, evoluindo para algo ainda maior, os planos do casal seguiram a todo vapor. Já se falava até em casamento, e cogitaram a compra de um apartamento juntos no Brasil.

 

O casamento já era dado como certo após apenas 3 meses de relacionamento intenso. Chegaram a visitar até cerimoniais na cidade maravilhosa, com direito a prova de comes e bebes que seriam servidos no grande dia, além da prova de traje dos noivos.

 

Claro, tudo isso sendo registrado em todas as redes sociais de Aline, que tinha o desejo de armazenar tudo para criar um álbum de casamento, que seria exibido no dia da festa, enquanto os noivos dançavam valsa em meio aos convidados.

 

Todo o período foi de muita alegria e planejamento, a ponto de Aline não ter se ocupado em investigar os alertas vermelhos. Segundo ela, não foram muitos, e os que percebeu, acabou não dando muita importância.

 

Enquanto a moça fazia questão de postar muito do dia a dia dos dois enquanto estavam juntos pelo Brasil, o rapaz não havia postado uma foto sequer em suas redes sociais. Além disso, não era muito de comentar sobre sua vida na Alemanha, não falava muito sobre os familiares e nem os amigos.

 

Os alertas vermelhos ficaram mais claros quando Aline percebeu que o rapaz começou a demorar mais para responder suas mensagens. O que antes era imediato, agora demorava mais de duas horas até ter uma resposta. Pior, depois de um tempo, as mensagens eram visualizadas e não respondidas.

 

Após o início dos indícios de que algo estava fora de sintonia, o piloto ainda foi ao encontro da noiva mais uma vez no Brasil. Segundo ela, foram momentos incríveis, sendo difícil entendê-lo como a mesma pessoa que estava fazendo pouco caso de suas mensagens.

 

Ele dizia estar tudo bem, que seguia apaixonado, mas que estava trabalhando muito, com novas rotas aéreas e um pouco cansado. A próxima visita do rapaz ao Rio seria para o casamento, já na semana seguinte.

 

Com a festa toda organizada, amigos convidados e serviços contratados, o temor da carioca voltou a assombrá-la. Aline se viu sem resposta alguma nos próximos dois dias e começou a entrar em desespero.

 

No quarto dia, faltando apenas três para a próxima vinda do piloto, a moça percebeu que ele estava digitando alguma coisa pelo Whatsapp e se sentiu mais aliviada. No entanto, a palavra “digitando”, no canto superior do aplicativo, desapareceu e a mensagem nunca chegou.

 

Logo após o ocorrido, Aline percebeu que a foto do rapaz havia desaparecido. E ficou em choque ao realizar que tinha acabado de ser bloqueada. A noiva ainda fez tentativas de contato através de ligações, e-mails e pelo Instagram, mas o bloqueio foi generalizado.

 

A psicanalista Patricia Quirino alerta “que não se sabe mais expressar os sentimentos, só se sabe mandar carinhas, não se sabe mais ser sincero, por isso, existe muito ghosting agora […] Não se sabe mais ficar com raiva. O bichinho fica com raiva por mim.” O ghosting se estabelece quando esse contato tão farto pela Internet se rompe. Aí acontece como com Aline.

 

Em resumo, Aline tinha acabado de levar um ghosting faltando poucos dias para se casar. Destruída por dentro, ficou sem saber o que fazer e precisou ser forte para, minimamente, cancelar o casamento. De acordo com a moça, vergonha, angústia e depressão fazem parte de sua vida desde então.

 

Além disso, a comunicadora foi diagnosticada com síndrome do pânico e segue em tratamento médico. A dificuldade de encarar os amigos, de confiar novamente nas pessoas e melhorar sua autoestima são os grandes desafios diários em sua recuperação.

 

Ainda hoje, após mais de três anos, Aline se vê criando perfis falsos nas redes sociais para “stalkear” o ex, em uma tentativa desesperada de entender o que aconteceu e o motivo pelo qual ele agiu dessa forma. Como os perfis do rapaz são fechados, ela quase nunca tem sucesso em sua empreitada.

 

Para além do dano psicológico, existe também o material, uma vez que ela já havia realizado o pagamento de grande parte do casamento. O combinado era de que tudo seria dividido quando ele abrisse uma conta corrente no Brasil, mas isso nunca aconteceu.

 

No dizer de Quirino, a psicanalista ouvida por nós, o relacionamento iniciado de um match em um aplicativo de relacionamento pode ter um fim característico pela atitude de simplesmente se bloquear o outro, sem se passar pelo desconforto de um rompimento, desconsiderando, assim, a outra parte e submetendo o outro ao ghosting.

 

 

Se você entrar com carência em uma relação, a carência escolhe qualquer coisa

 

É exatamente assim. Caso você entre em uma relação sem filtros, sem parâmetros e com baixa autoestima, é provável que estará suscetível a aceitar qualquer coisa, qualquer migalha de sentimento e qualquer imposição do outro. É preciso se perguntar: sou eu quem está escolhendo ou é a minha carência? “A falta é inerente ao ser humano”, na visão da psicanalista Patrícia, e a busca por supri-la, quando na carência forte, acaba acolhendo sem critérios e isso pode acarretar problemas a enfrentar na relação.

 

Até a questão do sexo virtual é um facilitador injusto com o que entra carente, em busca de alguém em sua vida. Mas essa troca sexual via cam não demonstra a troca que o namoro, a presença do outro. Aquele que faz ghosting não precisa do outro, mas apenas de um tema, uma figura, de uma imagem. E o outro, carente de afeto, de troca, submete-se a uma exibição que não terá frutos em suas necessidades.

 

Com a proximidade do Dia dos Namorados, por exemplo, o número de pessoas que querem estar em um relacionamento estável e fazem um esforço não natural para que isso aconteça é enorme. Vale lembrar que a data em si, é puramente comercial, apenas para vender presentes. Dia dos Namorados deve ser todos os dias.

 

O compromisso com alguém é da ordem do trabalho, é construção diária, presencial e demanda tempo. Namorar é um ato de amar e requer investimento pesado. Muitas vezes nos pegamos indo no automático apenas por querer estar com alguém, jogando o jogo social. E em nossa sociedade narcisista, é difícil alguém que queira se despir por completo, se mostrar verdadeiramente como é.

 

A importância de elaborar o término

 

Em uma relação comum, quando se conversa sobre a dinâmica do relacionamento e optam pelo corte, o fim é elaborado, significado. Assim, ambos estão cientes da situação e podem seguir suas vidas de forma mais tranquila e leve.

 

Quando não existe essa elaboração, o fantasma do outro permanece em sua mente, fazendo parte de seu cotidiano, impedindo que você tenha paz para realizar suas atividades e se sinta livre para ter outras vivências, inclusive. Sempre existirá uma ausência latente.

 

Trata-se de uma situação complicada para os dois lados. Obviamente para quem é abandonado, mas também para quem some de repente. A pessoa que aplica o ghosting se torna alguém sem empatia, alguém que não se importa em como o outro vai se sentir e se vai trazer sofrimento diante de suas ações.

 

O fim do relacionamento, como aqueles que se iniciam de maneira convencional, requerem uma significação, uma elaboração por parte de ambos. Quando há apenas o abandono, o fantasma permanecerá e fará aquele que foi preterido ser assombrado sem opção de entendimento. É uma questão de alteridade: “o outro é um ser humano, em sofrimento, com dores físicas mesmo” no dizer de Patrícia dos Santhos.

 

São pessoas que não querem se indispor com ninguém, que não conseguem encarar os problemas de frente. Acabam se aproveitando da solidão do outros para usá-los como se fossem objetos. No fim das contas, será apenas mais um contato do Whatsapp deletado ou bloqueado. 

 

 

Outros tipos de ghosting

 

Assim como na vida romântica, o ghosting está presente também nas relações de trabalho e até entre amigos. Não é incomum, por exemplo, um psicanalista levar ghosting do paciente que inicia e permanece no tratamento durante um tempo e, depois, some sem dar nenhuma explicação ou satisfação.

 

Quem trabalha com comercio virtual também passa por essa situação. Muitas vezes algumas negociações são interrompidas inesperadamente e o cliente nunca mais aparece, deixando também de responder quando solicitado, gerando perda de produtividade do profissional e, claro, muita irritação.

 

Ou pior, quando o funcionário de uma empresa desiste da vaga que ocupa e simplesmente não volta para trabalhar no dia seguinte. Não avisa ao RH da instituição, não atende o telefone e impossibilita o contato de todas as formas possíveis, gerando transtornos significativos ao patrão.

 

Entre amigos, é possível identificar essa prática também. A pessoa começa a se afastar aos poucos, nunca tem tempo para sair, inventa mil desculpas, e quando você vê, não tem mais contato com ela há quase um ano e a amizade passa a não existir mais. Entre amigos, o ghosting costuma ser um pouco mais diluído, não sendo tão abrupto.

 

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Artigo revisado pela Psicanalista Patrícia Santhos Quirino, formada em psicologia pela Universidade Cruzeiro do Sul, CRP 06/122532. Pioneira no atendimento on-line com clientes no Brasil e no Exterior.

 

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